Autor:
Aristides Ávila
Assunto:
Ficção
Editora:
Saraiva S/A - Livreiros e Editores
Sinopse:
Os mais versados em História Antiga, os mais afeitos ao trato do Evangelho e os mais familiares da Exegética, lendo este livro, por certo, compreenderão as dificuldades que se opuseram a cada capítulo, a cada página, a cada ideia. E, embora discordem dele, num sentido ou noutro, hão de reconhecer, pelo menos, a elevada intenção que inspirou tão afanoso empreendimento. Esta obra, que é fruto de uma vida de fé e umas poucas horas de lazer, não tem por objetivo disputar os louros do mérito a outros escritores que, de modo mais brilhante, já reviveram a época de Jesus Cristo e, com sabedoria mais alta, aumentaram o tesouro da Hermenêutica. Ela visa preencher, ainda que modestamente, um vazio escapado ao interesse dos estudiosos, que largaram sem mais detido exame esse ponto da Paixão, lacônicamente mencionado na Escritura. Com efeito, não parece tão destituída de importância a personagem, que passou pelo Testamento como passa um meteoro pelo céu nem menos importante parece ter sido a sua atuação no desenvolvimento da magna tragédia. Destaca-se, no panorama do princípio do século primeiro, como solene marco divisório de duas eras, a figura excelsa do Nazareno, de beleza imperecível, encarnando a concepção máxima do amor. Mas, para a sua consagração definitiva e sua eterna glorificação, foi oportuna a interferência de uma outra alma, gestando o mais torpe dos procedimento: a traição. O dono desta alma chamou-se Judas e, como antítese daquela, que era a luz mandada por Deus para iluminar os homens no caminho do bem, veio da treva em forma de gente, para agir na sombra como espectro do mal. No entanto, os evangelistas e os historiadores, deslumbrados, talvez, pela sublimidade da trajetória do Cristo, pouco falaram da traição e do traidor. Ficou disfarçado nas entrelinhas da História e do Evangelho como coisa horrível, o rasto do Iscariotes.